“Ter mulheres na liderança não é questão social, mas estratégia de negócios”

A frase acima, dita por Jéssica Paraguassu, CEO do Mulheres no Comando, em papo com a Flash, já dá o tom desta edição do Papo de Firma. 

Aproveitamos a chegada do Dia da Mulher para tratar de um assunto ainda muito relevante dentro das empresas: a importância de ter mulheres em cargos de liderança, onde elas ainda são minoria. 

De acordo com a edição de 2023 do estudo Mulheres no Local de Trabalho, da LeanIn.Org com a McKinsey, em 2015, a participação de mulheres em cargos executivos era de 17%. Quase dez anos depois, esse número chegou a 28%, o que indica que estamos avançando, mas ainda longe do ideal. 

À luz desse cenário, reunimos abaixo insights e dicas valiosas de líderes que são referências em suas áreas de atuação. São elas: 

• Jéssica Paraguassu , CEO do Mulheres no Comando
• Izabela Yumi , CFO da CIAL Dun & Bradstreet
• Eliane Dias , CEO da Boogie Naipe e empresária dos Racionais MCs

Confira ainda uma seleção de 15 CEOs inspiradoras para conhecer no Linkedin. Vem com a gente! 

1. Jéssica Paraguassu fala de como abraçar a equidade de gênero nos negócios

À frente da HRTech focada em ampliar a representatividade feminina na liderança, Jéssica Paraguassu é enfática ao afirmar que a maioria das empresas sequer conhece a própria realidade no que diz respeito à representatividade feminina no mercado de trabalho.

“As empresas não têm ideia do problema. Não têm ideia se têm políticas corretas, se essas políticas somam, se existe de fato uma equidade salarial, como está o quadro de liderança, em quais áreas há vulnerabilidade. Se não entenderem o cenário, como vão ter políticas efetivas para isso?” Jéssica Paraguassu, CEO e fundadora do Mulheres no Comando

Para a empresária, a falta de representatividade feminina no mercado não é só uma questão social, é um assunto de mulheres. É um assunto de estratégia de negócios. "As empresas estão perdendo dinheiro por terem essa falta de diversidade, principalmente no lugar de decisão. Além disso, quando se fala de qualquer pauta que é transversal e estrutural, temos de abordar como as relações entre casais são estruturadas, a divisão de tarefas e a violência doméstica. Temos de falar também de políticas públicas, como o Estado está criando condições para que as mulheres possam de fato ter acesso aos seus direitos." 

Leia no blog da Flash a entrevista completa com Jéssica Paraguaçu

2. Izabela Yumi: os desafios de atuar no setor financeiro, majoritariamente masculino

As mulheres não ultrapassam 13% dos CFOs (chief finance officer) em atuação no Brasil, é o que aponta um relatório produzido pela Assetz em parceria com o Insper. Izabela Yumi, CFO da CIAL Dun & Bradstreet, empresa provedora de soluções e dados comerciais, faz parte deste pequeno grupo. 

A executiva construiu sua carreira na área financeira no segmento de tecnologia, em que a presença masculina é preponderante. E, na sua avaliação, para chegarmos a um nível de equidade de gênero, serão dezenas de anos.

"Atualmente, existem alguns movimentos de empresas que incentivam mulheres na liderança. Porém, quando você vai ver, é na liderança operacional, não na estratégica. Muitas companhias anunciam que 40% dos seus líderes são diversos. Mas será que é assim no seu conselho? Na alta administração, onde realmente as decisões são tomadas, será que tem mulheres, diversidade? É aqui que a gente vê que tem muito o que caminhar ainda." Izabela Yumi, CFO da CIAL Dun & Bradstreet

No papo com a Flash, Izabela fala ainda quando percebeu o machismo no trabalho, as situações delicadas pelas quais passou, a maternidade e a importância de as mulheres se apoiarem. Vem ler esse papo inspirador aqui!

3. Para Eliane Dias, empresária dos Racionais MCs, mulheres devem ser egoístas 

Eliane Dias atuava como advogada quando foi convidada para trabalhar com os Racionais MCs. Hesitou, mas aceitou, imaginando ficar três anos. Já está há mais de 10. 

Sob sua gestão, além de terem todo o patrimônio autoral organizado, o grupo foi levado a voos mais altos, como o documentário "Racionais MCs - das Ruas de São Paulo pro Mundo" (Netflix), lançado em 2022 em 192 países. 

Quando o assunto é liderança, reflete Eliana, as mulheres sempre precisam fazer escolhas e acreditar em si mesmas. 

"Uma coisa que eu faço desde sempre é não ter medo de correr o risco, até porque não temos outra opção. Todas as mulheres têm de fazer escolhas. Ou vai trabalhar pesado para ter uma carreira bem consistente ou sabe que, se tiver um filho, essa carreira vai passear por lugares que não nos deixam confortáveis."Eliane Dias, CEO da Boogie Naipe e empresária dos Racionais MCs

E escolhas, é claro, vão implicar em renúncias, especialmente quando a vida profissional precisa caminhar lado a lado com a maternidade. Por isso, afirma a advogada, mulheres não podem deixar de serem egoístas:

 "A mulher precisa ter muita consciência de quem ela é no jogo. Precisa pensar: ‘Quais são as pedras que eu vou mover e qual é o meu staff, quem vai estar comigo, com quem eu posso contar?’”, diz.

Confira aqui detalhes dessa trajetória de sucesso.

4. 15 CEOs inspiradoras para conhecer e seguir no Linkedin

De acordo com o Índice de Igualdade de Gênero 2023 da Bloomberg, quando uma mulher ocupa a presidência, o número de mulheres aumenta por toda a empresa: 16% maior no nível executivo, 8% maior no nível de gestão e 5% maior nos cargos de entrada. 

Ou seja, ter mais mulheres em postos de liderança desencadeia um círculo virtuoso que provoca um impacto positivo em toda a cultura de uma organização. 

No Mês da Mulher, trazemos no nosso blog 15 CEOs inspiradoras que lideram grandes empresas no Brasil para você seguir agora mesmo no LinkedIn. Vai lá conferir! 

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