WHAT IT TAKES TO BUILD A CHAMPION

WHAT IT TAKES TO BUILD A CHAMPION

O diamante, uma das gemas mais desejadas do mundo, se origina do humilde e abundante carbono. Para transformar esse carbono numa joia cintilante, é necessária uma pressão monumental de 50.000 atmosferas e temperaturas entre 1100 e 1300 graus Celsius. Assim como o processo de formação do diamante, a trajetória de transformar um talento em campeão é intensa e desafiadora. Na PUSH³, vemos muitas similaridades nesse processo e queremos compartilhar nossa visão. E claro, assim como nem todo carbono se torna diamante, nem todos os talentos optam ou conseguem se tornar campeões.

Ah, e um pequeno segredo: há vídeos espalhados ao longo deste artigo! Eles são intensos, até um pouco caricatos, mas são fundamentais para mergulhar de cabeça na vibe que estamos descrevendo. Não perca! (atenção, alguns vídeos são fortes).

 

A matéria prima (o carbono) – o Discípulo:

Todo campeão começa como uma matéria-prima esperando por sua transformação. O "discípulo", para realmente brilhar, precisa do que chamamos de tripé: cérebro, coração e fome. Ele necessita de capacidade cognitiva para alcançar altos voos intelectuais, paixão pelas atividades que se propõe a realizar e uma ambição insaciável.

Enquanto o talento inato pode abrir portas, é essa combinação robusta de qualidades que realmente faz a diferença. Basta olhar para os astros do futebol: muitos relatam que, nas categorias de base, tinham colegas tecnicamente superiores, mas que, por falta de tais qualidades combinadas, nunca alcançaram o topo.

 

As forças transformadoras (pressão e temperatura) – o Mestre:

Habilidades e conhecimento são apenas o começo da jornada do mestre. Assim como o carbono precisa ser submetido a intensas condições para se transformar em diamante, o mestre deve estar preparado para aplicar uma pressão equivalente – simbolicamente falando – de 50 mil atmosferas e temperaturas que superam 1100 graus em seu discípulo.

Para um observador distante ou desinformado, tais métodos podem fazer o mestre parecer severo, exagerado ou até sádico – uma percepção que o personagem Pai Mei do filme "Kill Bill" exemplifica perfeitamente (ver o vídeo).

Contudo, em uma relação construída sobre os alicerces da confiança, respeito mútuo e verdadeiro comprometimento com o crescimento do discípulo, esta pressão intensa é apenas uma etapa do processo. Um mestre perspicaz, vendo o progresso de seu discípulo, sabe quando e como revelar o significado e os benefícios desse treinamento rigoroso, à maneira do Sr. Miyagi em "Karate Kid", onde cada ação tinha um propósito oculto e valioso (ver o vídeo).

 

O processo – (a cristalização) – o Treinamento:

O treinamento é análogo à cristalização: uma jornada meticulosa, gradativa e que demanda uma dose robusta de resiliência.

Pai Mei, por exemplo, impõe a Beatrix tarefas aparentemente desconexas com a maestria em kung fu, como a diária escalada de longas escadarias carregando pesados vasos d'água. Ele também a instrui a aperfeiçoar o golpe de três polegadas, insistindo que ela pratique contra madeira por anos. Tanto esforço deteriora tanto as mãos de Beatrix que, em certos momentos, ela mal consegue usar chopsticks.

Da mesma maneira, o Sr. Miyagi designa a Daniel tarefas extenuantes como polir carros e pintar cercas, levando-o à exaustão. Mickey, por sua vez, é analítico e oferece excelente feedback, mas também lança o Rocky em perseguições frenéticas atrás de uma galinha (ver o vídeo) e impõe treinamentos rigorosos, como 500 golpes com a mão esquerda em um saco de pancadas, advertindo-o severamente contra o uso da direita “If you do it, I am gonna chop it off, is that clear?”.

Em meio a tais treinamentos, não é raro que discípulos, como Beatrix, Daniel e Rocky, se vejam questionando: "Qual é a conexão entre essas tarefas e o meu desenvolvimento? Por que preciso refazer isso, não está já suficientemente bom? Quantas repetições ainda serão necessárias? Estou tão cansado...”. No entanto, é justamente esse processo rigoroso que não apenas afia as habilidades do discípulo, mas também forja sua disciplina e resiliência - atributos indispensáveis a qualquer campeão.

 

A relação – Uma união única:

A diferença do processo que transforma o carvão em diamante, a relação entre o Mestre e o discípulo não só transforma profundamente o aprendiz, mas também reverbera no próprio mestre. Esta conexão, que se desenvolve e se aprofunda ao longo do tempo, por vezes se assemelha à relação entre pai e filho, tão intensa e inquebrantável é a ligação.

Em uma das cenas mais emotivas da série Rocky, observamos a relação entre Rocky e Mickey na sua despedida (ver o vídeo). De forma semelhante, o Sr. Miyagi representa a figura paterna para o órfão Daniel (ver o vídeo). Até Beatrix, cujo treinamento com Pai Mei foi rigoroso e exigente, demonstra sua profunda lealdade e respeito ao vingar a morte de seu mestre. Ao descobrir a traição de Elle, Beatrix retira o segundo olho dela, simbolizando sua vingança pela morte de Pai Mei (ver o vídeo). Essas relações ilustram que, embora o caminho do aprendizado possa ser árduo e desafiador, ele é também repleto de amor, respeito e uma profunda compreensão mútua.

 

Formar um campeão, em sua essência, não é diferente da formação de um diamante. Ambos surgem sob condições intensas, exigindo pressão, paciência e determinação. Quando olhamos para um discípulo, vemos uma matéria-prima, um talento que, sob a orientação certa de um mestre, pode ser esculpido em algo excepcional. O treinamento, muitas vezes árduo e questionado, é onde a magia acontece. Cada gota de suor, cada momento de dúvida, serve para afiar as habilidades do discípulo e moldar sua resiliência. E esta jornada, apesar de seus desafios, é onde mestre e discípulo constroem algo mais do que habilidades: uma relação para a vida toda.

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